o que ninguém vê

Álvaro acorda, mas não se levanta. Fica na cama, de olhos fechados.
Os olhos fechados e o pensamento no corpo dela. Cada curva e detalhe, cada sombra.
Mas já fazia tanto tempo e ele temia que aquela bela imagem se apagasse de sua mente.
Cada dia que passava ele acreditava ter menos ideia de como se desenhava o corpo dela.
Abria os olhos, fechava novamente e desenhava tudo de novo. Mordia os lábios.
Era uma imagem fantástica. Quase uma visão. Era tudo tão perfeito.
Era como se as curvas daquele corpo desnudo ainda estivessem entre seus dedos.
Com os olhos fechados, ele alcança o corpo dela.

Mal lembra-se do nome dela. Alguma coisa com... La... Lara. Não. Laura. Não também. Larissa! Isso, Larissa.
Não se lembra direito do nome, mas o corpo, ah, o corpo é inesquecível!
Os dois se encaixaram de uma maneira incomum e ele se esforça para não se esquecer daquela noite.
Manteve os olhos fechados por um bom tempo, até horas talvez, ele não sabe, perdeu-se tanto naquelas curvas que acabou perdendo a hora.
Queria tanto tocá-la novamente para que a lembrança da sua musa perfeita não se perdesse.
Por onde ela andaria agora?