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Das pequenas sentimentalidades


Quando o telefone chamou pela segunda vez, ela se xingou mentalmente com tanta força, que o pensamento quase se fez palvra (talvez até tenha se feito mesmo).
Quando ele atendeu, a única frase que conseguiu dizer foi 'Eu queria te ver' e ao ouvir 'Acho melhor não, já falamos tudo que tinhamos para falar', seu queixo alcançou o chão. 'Como assim?' - claro que ela não disse isso - apenas pensou, mas dessa vez baixinho, para que ele não ouvisse. Respondeu apenas 'Claro, estás certo'.
Como 'melhor não'? Homens. Mas ela buscava o porque, insistentemente. Por que 'Melhor não', se na noite anterior ouviu-se um 'Deverias ter ido me visitar', seguido de um sorriso, não precisava de resposta, ela era tão transparente na frente dele.
Era um dia de semana, não importa qual. Sentaram à beira da praia, tomaram drinks em abacaxis e riram, lembrando que pouco mais de seis meses antes, eram completos estranhos.
Foi em uma festa. Ele havia ido sozinho, achou que poderia ser divertido. Ela tinha se perdido dos amigos, há horas rodava pelo lugar. Sentaram num mesmo sofá, conversaram, tomaram uma tequila juntos, deram risadas, aproveitaram o resto da noite juntos e no fim da noite, ele a beijou. Resumo da ópera: Não passaram mais do que algumas horas juntos. Depois disso, foram apenas recados em redes sociais, conversas via messenger e alguns telefonemas. Ela não entendia como ele havia mexido com ela daquela maneira.
Uma noite ele confessou-se 'apaixonadinho' por uma garota. Ela odiou saber aquilo e demonstrou. Que grande besteira!
Mas depois do telefonema, ela o odiou! Ao ouvir 'melhor não', as lágrimas surgiram como mágica em seus olhos. Ainda bem que não dá para ver a pessoa do outro lado, ela pensou. Respirou fundo, desligou, acinzentou sua expressão por algumas horas, deu uns gritos e depois disso, estava leve novamente.
Decidiu que então era 'melhor não' mesmo.

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