Bem no fundo, toda aquela falta de vontade, não passa da vontade de tê-la por perto.
Você sabe que ela tem tudo que você precisa. Defeitos, qualidades, manhas, jeitos e trejeitos.
O teu medo é se aproximar demais, talvez você saiba o quanto já doeu nela, e você não quer ser mais um a machucar.
Ela sente o seu medo e então decide por si só se afastar.
Ela mesma já sentiu muitas vezes esse medo e por sentir o fogo aquece-la, afasta-se, para não ser queimada.
Mas o fogo, ah o fogo, ele a atrai, é como se houvesse algo ali a ser (re) descoberto.
Ela te atrai, ela se sente atraída também, mas nenhum dos dois há de confessar tal erro, pecado ou gafe.
O fato é que há o desejo, a vontade, a atração, mas há o medo, o receio e a dor.
O que te fere mais, a dúvida ou o temor?
O cheiro, o gosto, a maneira como ela te olha, tudo isso causa uma grande movimentação em ti, tu nem sabes mais o que dizer, tu simplesmente deseja.
Sabe o quão perto podes chegar, mas temes que seja perto demais. Te afstas, te afastas demais, um passo a frente, mais outro, mais outro, passo para trás, recua, analisa...
No momento da aproximação, do tato, do toque, percebe-se o oculto, o secreto, um desejo secreto, escondido aonde nunca alguém ousou habitar. Ela é os teus desejos, você entende disso melhor do que ninguém.
Mais um momento de medo. O que ela pensa? Como ela me vê? O que devo fazer agora? Apenas obsere-a sorrir, terás todas as respostas...
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